Como é ser representante de turma?
Desde as épocas de escola, sempre tive um desejo de ser representante de turma. É claro que, quando tinha as eleições, eu perdia por questão de popularidade: não tinha o que se possa chamar de muitos amigos. Nunca tinha ligado tanto pra isso até chegar no 3º ano do ensino médio, pois na minha cabeça era a minha última chance de fazer algo. Tinha projetos de jornalismo, de fazer uma visita a um observatório de astronomia, etc, planos que eu achava que conseguiria realizar. Perdi as eleições de novo, e pensei comigo mesma: "deixa quieto, não nasci pra isso".
Então eu cheguei na faculdade, e teve mais uma eleição de representante, e eu pensei, "vai que ne", e me tornei vice. E naquele momento foi bem divertido, sabe. Ter maior contato com os coordenadores, com os professores e alunos em geral. Hoje, estou indo para o 7º semestre e era representante, mas como vou mudar de turno, acho improvável conseguir ganhar uma eleição em uma sala onde ninguém me conhece. Mas depois de tantos anos como representante, tenho uma ou outra coisa para contar. Algumas pessoas acham que é uma tarefa fácil, e talvez até seja, mas eu acabo levando muito a sério. Todos os dias algum aluno me manda mensagem querendo saber de algum trabalho, de algum procedimento da faculdade, etc. Dúvidas das quais eu acabo nem tendo a resposta, mas corro atrás pra saber. Nunca pensei no cargo como uma forma de ganhar horas complementares, até porque, para ser sincera, nunca precisei. O motivo principal? É ajudar.
Em toda aula, alguém me chama para saber de alguma informação ou prestar alguma queixa. Eu ouço tudo isso, e tento saber o que é melhor para a turma. É mais do que enviar os materiais por email, whatsapp e disponibilizar no drive da sala: é como ser uma espécie de líder, onde os demais alunos contam com você pra isso. E nem sempre consigo tudo, ás vezes a sala fica dividida com uma reivindicação, e aí você tem que pesar: qual lado vai ser o campeão nisso? Como, por exemplo, troca de sala e dias de aula. Alguns alunos pedem, outros se queixam, e é preciso verificar o que a maioria quer, e que não prejudique a minoria.
Nas reuniões com os coordenadores do curso, eu tento fazer o possível para retratar como aquela sala está, como aqueles alunos estão e o que querem. Não estou ali para representar a minha opinião ou as minhas ideias, mas a de uma turma inteira. Às vezes digo coisas que nem queria. Às vezes, não digo coisas que gostaria de dizer, porque como eu mencionei anteriormente, naquele momento não sou apenas eu falando, e sim a representante em mim, é a turma toda ali comigo.
Quantas vezes não tive que conversar com um professor a respeito da didática da aula? Não é fácil chegar em um professor e falar que os alunos estão descontentes com as aulas e com os métodos de ensino. E os professores, com muita frequência, acabam recorrendo a mim para propor sugestões de melhorias, e fico pensando em como isso é responsabilidade. Quem sou eu para dizer com precisão o que outras pessoas querem?
Não consigo todas as respostas, não consigo resolver tudo, mas o importante é correr atrás. É defender o lado do aluno, mas também ter a diplomacia para saber que não será resolvido na base do grito nem da ignorância com professores, coordenadores e demais funcionários da instituição: é preciso manter a calma.
Não se abalar quando as pessoas mencionarem que você não faz quase nada, mesmo sabendo das vezes em que chegou atrasado no trabalho para tentar resolver algo na faculdade para alguém. É ouvir os alunos reclamando dos professores, sabendo que ao bater do sinal, todos irão embora mas é você que vai ficar lá para falar com aquele professor. É estar atento ao que está acontecendo, ter paciência, tentar compreender cada pessoa ali presente.
E é difícil tentar se manter como um modelo, porque é quase como se exigissem que você tem que ser um dos melhores alunos da turma: seja pontual, nunca falte, tenha boas notas, faça todas as atividades. Já são quase 3 anos nessa rotina, e ela é tudo menos fácil. E no último ano, eu tive problemas de saúde, comecei a fazer duas faculdades ao mesmo tempo, então tinha dias que eu faltava, que não estava bem, que chegava super mega atrasada. O que posso fazer? Eu não sou perfeita.
O representante de turma não é aquele que vai lidar com problemas pessoais dos estudantes como entrega de trabalhos, abono de faltas e entrega de atestados, ou questionar o professor sobre uma nota baixa ou a falta de uma pontuação de um trabalho entregue. Mensalidades, etc, isso eu até tento auxiliar, mas já fui orientada pela coordenação a não me envolver. Eu cumpro isso? Nem sempre. Eu tento ajudar, mas nem sempre dá certo.
Um representante tem que ser alguém que se dê bem com todo mundo, pois mesmo que não sejam melhores amigos, você deve tentar conversar com todos os colegas de classe. E por incrível que pareça, sim, você tem que tentar ter a melhor relação possível com professores e coordenadores. É como estar em uma espécie de mediação e de gerência: nem todo mundo vai gostar de você e do seu trabalho, mas ainda sim você deve fazer o melhor por eles. E não adianta se você tem rixa com algum aluno, se não vai com a cara de algum professor ou se despreza alguns atos da coordenação. Pode até sentir isso, mas irá disfarçar. É preciso transparência, ser democrático e ter a mente aberta. Mas você não vai chegar e mandar um aluno para o quinto dos infernos por algo aleatório, porque você não deveria. Algo assim.
Eu com certeza vou sentir falta disso. Ainda estarei por aqui, para auxiliar quem precisar, nesse meu último ano. Enfim, uma veterana que quase sente o diploma nas mãos. E se tudo der certo, que venha a pós-graduação e o mestrado.
Então eu cheguei na faculdade, e teve mais uma eleição de representante, e eu pensei, "vai que ne", e me tornei vice. E naquele momento foi bem divertido, sabe. Ter maior contato com os coordenadores, com os professores e alunos em geral. Hoje, estou indo para o 7º semestre e era representante, mas como vou mudar de turno, acho improvável conseguir ganhar uma eleição em uma sala onde ninguém me conhece. Mas depois de tantos anos como representante, tenho uma ou outra coisa para contar. Algumas pessoas acham que é uma tarefa fácil, e talvez até seja, mas eu acabo levando muito a sério. Todos os dias algum aluno me manda mensagem querendo saber de algum trabalho, de algum procedimento da faculdade, etc. Dúvidas das quais eu acabo nem tendo a resposta, mas corro atrás pra saber. Nunca pensei no cargo como uma forma de ganhar horas complementares, até porque, para ser sincera, nunca precisei. O motivo principal? É ajudar.
Em toda aula, alguém me chama para saber de alguma informação ou prestar alguma queixa. Eu ouço tudo isso, e tento saber o que é melhor para a turma. É mais do que enviar os materiais por email, whatsapp e disponibilizar no drive da sala: é como ser uma espécie de líder, onde os demais alunos contam com você pra isso. E nem sempre consigo tudo, ás vezes a sala fica dividida com uma reivindicação, e aí você tem que pesar: qual lado vai ser o campeão nisso? Como, por exemplo, troca de sala e dias de aula. Alguns alunos pedem, outros se queixam, e é preciso verificar o que a maioria quer, e que não prejudique a minoria.
Nas reuniões com os coordenadores do curso, eu tento fazer o possível para retratar como aquela sala está, como aqueles alunos estão e o que querem. Não estou ali para representar a minha opinião ou as minhas ideias, mas a de uma turma inteira. Às vezes digo coisas que nem queria. Às vezes, não digo coisas que gostaria de dizer, porque como eu mencionei anteriormente, naquele momento não sou apenas eu falando, e sim a representante em mim, é a turma toda ali comigo.
Quantas vezes não tive que conversar com um professor a respeito da didática da aula? Não é fácil chegar em um professor e falar que os alunos estão descontentes com as aulas e com os métodos de ensino. E os professores, com muita frequência, acabam recorrendo a mim para propor sugestões de melhorias, e fico pensando em como isso é responsabilidade. Quem sou eu para dizer com precisão o que outras pessoas querem?
Não consigo todas as respostas, não consigo resolver tudo, mas o importante é correr atrás. É defender o lado do aluno, mas também ter a diplomacia para saber que não será resolvido na base do grito nem da ignorância com professores, coordenadores e demais funcionários da instituição: é preciso manter a calma.
Não se abalar quando as pessoas mencionarem que você não faz quase nada, mesmo sabendo das vezes em que chegou atrasado no trabalho para tentar resolver algo na faculdade para alguém. É ouvir os alunos reclamando dos professores, sabendo que ao bater do sinal, todos irão embora mas é você que vai ficar lá para falar com aquele professor. É estar atento ao que está acontecendo, ter paciência, tentar compreender cada pessoa ali presente.
E é difícil tentar se manter como um modelo, porque é quase como se exigissem que você tem que ser um dos melhores alunos da turma: seja pontual, nunca falte, tenha boas notas, faça todas as atividades. Já são quase 3 anos nessa rotina, e ela é tudo menos fácil. E no último ano, eu tive problemas de saúde, comecei a fazer duas faculdades ao mesmo tempo, então tinha dias que eu faltava, que não estava bem, que chegava super mega atrasada. O que posso fazer? Eu não sou perfeita.
O representante de turma não é aquele que vai lidar com problemas pessoais dos estudantes como entrega de trabalhos, abono de faltas e entrega de atestados, ou questionar o professor sobre uma nota baixa ou a falta de uma pontuação de um trabalho entregue. Mensalidades, etc, isso eu até tento auxiliar, mas já fui orientada pela coordenação a não me envolver. Eu cumpro isso? Nem sempre. Eu tento ajudar, mas nem sempre dá certo.
Um representante tem que ser alguém que se dê bem com todo mundo, pois mesmo que não sejam melhores amigos, você deve tentar conversar com todos os colegas de classe. E por incrível que pareça, sim, você tem que tentar ter a melhor relação possível com professores e coordenadores. É como estar em uma espécie de mediação e de gerência: nem todo mundo vai gostar de você e do seu trabalho, mas ainda sim você deve fazer o melhor por eles. E não adianta se você tem rixa com algum aluno, se não vai com a cara de algum professor ou se despreza alguns atos da coordenação. Pode até sentir isso, mas irá disfarçar. É preciso transparência, ser democrático e ter a mente aberta. Mas você não vai chegar e mandar um aluno para o quinto dos infernos por algo aleatório, porque você não deveria. Algo assim.
Eu com certeza vou sentir falta disso. Ainda estarei por aqui, para auxiliar quem precisar, nesse meu último ano. Enfim, uma veterana que quase sente o diploma nas mãos. E se tudo der certo, que venha a pós-graduação e o mestrado.
23 Comentários
Oiii, boa tarde.
ResponderExcluirParabens, voce queria tanto, correu atras e conseguiu...
Eu fui representante desde a terceira serie do ensino fundamental ate o terceiro ano do ensino medio! Eh serio, era muito bacana... rs mas confesso que eu nao tinha que resolver tantos pepinos!
Agora quando chegou na faculdade, a coisa ficou complicada, era muita coisa pra fazer e dar conta, entreguei o cargo, fiquei so no primeiro semestre, depois pra nunca mais... rs
A gente nem sempre precisa ser representante para poder ajudar os colegas. Foram bons tempos!
Sim, não é preciso ser um "representante" para ajudar. Tenho amigas que nunca se candidataram, mas que sempre me ajudaram e auxiliavam os alunos sem pedir nada em troca. Não é só pelo cargo, é para ajudar o próximo mesmo, não custa nada.
ExcluirBeijos
Olá, tudo bem? Que postagem mais diferente e interessante. Pelo o que tu disse, ser representante exige muita responsabilidade, não é para qualquer um, hahaha. Adorei o post!
ResponderExcluirBeijos,
Duas Livreiras
Exige sim certa responsabilidade haha. Não sei como é para outros, mas levava a sério o cargo.
ExcluirBeijos!
Postagem super diferente nossa ser representante e bem bacana mais a responsabilidade e demais em.Gostei de saber
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirOlá!!
ResponderExcluirQuando eu fiz a faculdade não quis me inscrever para ser uma representante pq sabia de todas as responsabilidades e não conseguiria arcar com isso. Mas quem ganhou as eleições lá, tbm não fez um trabalho exemplar... então acho que daria meio que no mesmo, o que é uma pena.
Gostei de conhecer um pouco mais da sua experiencia! Boa sorte no último ano e que venha logo o diploma!
Bjs
Nossa, Thai... senti a pressão daqui!!
ResponderExcluirEu já fui representante de turma também, mas a minha turma de psicologia foi diminuindo drasticamente por causa de transferências para outras faculdades ou cidades. E nisso, meu trabalho ficou mais fácil de realizar. Sempre me dei muito bem com o pessoal. Mas, esse peso, principalmente no último ano (que inventei de participar da comissão de formatura também), foi muito pesado!
Enfim... fico feliz que tenha vivido essa experiência, como era seu desejo, e que tudo deu certo do jeito que dava pra ser.
Um beijão e sucesso em sua carreira acadêmica!
Olá,
ResponderExcluirGostei do seu texto pessoal, gosto de ler este tipo de coisa de vez em quando. O dia a dia e a dificuldade parecem ser algo que no futuro irão acrescentar algo a sua bagagem de vida.
Debyh
Eu Insisto
Tentei entrar no Centro Acadêmico da faculdade no inicio da faculdade... Mas, só tive dor de cabeça os professores perseguiam esses alunos na cara dura! Foi três semestres bem conplicados para mim...Eu tenho uma verdadeira admiração para quem consegue assim como vc dar conta do recado.
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirFui representante de turma durante parte do meu ensino médio, cheguei inclusive a representar a minha SRE em reuniões estaduais. Foi, com toda certeza, um período muito importante na minha vida.
É muito difícil, mas agrega muito valor em nosso currículo pessoal e profissional.
Acho que nunca fui representante. Na época da escola eu achava tão chic quem era hahahah mas sabia q não tinha mto meu perfil. Na faculdade, acho que só tive representante em sala por uns 3 períodos e dps não teve mais.
ResponderExcluirOla Thay, que linda a sua dedicação e o seu gostar! Confesso que sempre fui muito reclusa e até mesmo preguiçosa, por isso, nunca nem sequer cogitei me inscrever para ser representante de turma, nem no colegio, muito menos na faculdade kkk
ResponderExcluirMas você está de parabens! Sei o trabalho que isso é e a dedicação que precisa ter para conseguir realizar, não é um trabalho para qualquer um e aparentemente vc arrasou!
beijos
Oiiii, tudo bem?
ResponderExcluirQue incrível postagem, realmente fiquei apaixonada e tão contente de ver que tu conseguiste ser representante de turma e tem que gostar mesmo! Uma vez queriam que eu fosse e acabei negando kkkkkkk parabéns pelo seu esforço e trabalho!
Beijinhos
Sempre fugi desta responsabilidade, fosse na escola ou na faculdade. Acreditava ser uma carga a a mais que eu era capaz de administrar e agradecia quando outras pessoas se ofereciam e eu poderia ficar de fora hehehe
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirEu sempre achei bem bacana essa coisa de representante de turma, no ensino médio não tinha essas coisas por isso nunca participei, no máximo ajudei na formatura do fundamental só. Já na faculdade eu acho interessante também e deve ser uma experiência bem bacana, mas como eu moro em outra cidade, fica complicado ser representante :/ Mas eu sempre imaginei que não era um trabalho fácil, por isso achei bacana você trazer esse post explicando como é sentir na pele ser representante.
Beijos :*
Oie!
ResponderExcluirPrimeiramente, parabéns pelo diploma, esta quase einh? Então, eu já fui representante de turma durante o ensino fundamental e médio, e realmente não é algo fácil, na faculdade eu nem tentei pois troquei tanto de turno e turma... mas que bom que você gostou, que foi a experiencia que você esperava e que vai deixar boas lembranças!
Com carinho,
Ana Luiza
www.entrepaginas.com.br
Você é bem dedicada. Eu sempre conversei muito com meus colegas, já fiz oradora na formatura era a voz da minha sala em alguma reivindicação, mas representante formalmente não. Parabéns parece estar fazendo um ótimo trabalho. Beijos
ResponderExcluirOlá!! :)
ResponderExcluirAchei a publicaçao verdadeiramnete diferente do habitual e bem interessante de tao inesperada e bem explorada que foi.
Enfim, eu cheguei a ser delegado de turma algumas vezes, ainda que nao pela simples popularidade. Mas concordo com muitos pontos apresentados.
Boas leituras!! ;)
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirQue bacana seu relato, e wmque bacana que você gosta de see representante dd turma, a maioria torna-se representante só por ser. Parabéns pela sua dedicação e carinho para com os seus colegas.
Beijo.
Olá
ResponderExcluirJá fui representante não de turma - no ensino médio já - mas de curso quando era do centro acadêmico de Turismo e percebi porque a maioria preferia entrar nas atléticas do que no CA, porque na realidade a maioria das pessoas vão criticar mesmo você fazendo tudo certo e a grande parte não quer essa responsabilidade de querer melhorias e ouvir o outro. Os alunos querem se divertir e não se comprometer com algo que causa mais dor de cabeça, mas isso é reflexo da ausência de participação civil na política e acaba sendo igual nas salas de aulas e só recomendo entrar quem sabe encontrar força onde não tem para suportar essa carga.
Beijos
Olá!
ResponderExcluirAdorei seu post, um tema não tão falado mas que é ótimo conversar sobre ele.
Já fui representante da turma, mas não foi uma experiência tão boa. Aconteceu muitos problemas na época, e é preciso ter bastante responsabilidade. Gostei de ter sido, pois serviu como um aprendizado.
Beijinhos!
Fui eleito representante de turma ( contra minha vontade) do segundo semestre até o quinto da faculdade de direito. Entreguei o posto, pois desenvolvi depressão e transtorno de ansiedade. Mas continuei, como presidente da comissão de formatura.
ResponderExcluirO que achou desse post? Encontrou algum erro ortográfico? Não deixe de comentar! Sua opinião é muito importante pra nós.
Não tem conta no google? Não tem problema.
Escolha a opção nome/url e coloque seu nome.
Volte sempre.