Uma nova versão de mim
Depois de 26 anos em vida (quase 27), quem é a Thainá de hoje? Definitivamente não sou mais a menina de 11 anos tentando achar meu grupinho na escola, e me sentindo deslocada. Não tenho mais 14 anos pra passar noites em claro jogando RPG e conversando com pessoas desconhecidas (muitas, que se tornariam meus melhores amigos e lembranças maravilhosas). Não tenho mais 16 anos, pra ficar sofrendo por apaixonites superáveis. Não tenho mais os meus 18, com aquela sensação de que cheguei tão perto da liberdade, e ao mesmo tempo, tão longe. Ou os 22, em que me sentia tão presa, que beirava o sufoco.
Parece que vivi tantas vidas, em uma só. E tantas coisas mudaram. Eu não tô finalizando meu doutorado. Moro sozinha a 3 anos. Bom, meu irmão agora mora comigo a 2 meses. Doideira. É bizarro olhar pra trás, e ver que não caibo mais naquela imagem. Não tenho mais a ingenuidade dos 24 anos, ou aquela garra de fazer mil loucuras. Será? Vou definitivamente sentir falta dos 25, a quantidade de coisas que fiz em um ano, daria muitos livros. O que dizer desses 26? QUE LOUCURA. Vou sentir falta dessa idade. Porra, eu tô sentindo falta de mim mesma, mas sei lá...
Não sou mais nenhuma delas, mas sou todas. Forte o suficiente pra admitir publicamente que fui expulsa do grupo da família pela 4ª vez, e essa 4ª não dei motivo. Mas pode ter certeza, a 5ª vez que eu for expulsa eu vou dar motivo.
Criei outro grupo da família, onde não serei expulsa, e onde não permitirei a comunicação violenta. Voltei a jogar bingo e fui várias vezes na quermesse. Eu virei a noite na Augusta 3 vezes ao todo, até agora. Vou para uma balada anos 2000 e hits Hannah Montana, e fui em uma de eletro summer hits. Voltei para a academia e para o Fit Dance, para o Muay Thai. Eu AMO dançar, apesar de não ser tão boa, mas tô pegando o jeito. Eu amo escrever, apesar das dores constantes da tendinite, e ainda quero publicar meus livros.
Abri minha empresa, a Aula Aberta, e realmente quero ganhar dinheiro com isso, só me falta mais investimento. Eu continuo amando a Revista Jovem Geek. Ainda falo com o Lipe e o Brendo. Amo meus irmãos, amo minha comunidade, sou apaixonada pela área da educação, mas tô de saco cheio de trabalhar tanto, passar por tanto estresse e não receber o suficiente por isso. Eu vou pra Israel. Vou morar por 6 meses lá, e talvez... talvez eu retorne, fique um tempo, e volte de novo pra lá, para trabalhar. Quem sabe? Posso até morar definitivamente. Imagina ter grana suficiente pra transitar entre os países e trabalhar nos 2? Seria um sonho.
Me apaixonei de novo, e foi bem rápido. Fazia muito tempo que não me apaixonava assim, com aquela pitada de obsessão, com direito a contos e textos dramáticos e músicas de fazer chorar a alma. Como sempre, não deu em nada, mas estou superando isso aos poucos, e aproveitando para descrever o máximo possível esses sentimentos e sensações - a alma de um escritor pede por isso. Dessa vez foi diferente, porque veio com algo a mais, mas consigo imaginar o Gus Felicissimo dizendo: "logo você, Thai? O gelo em pessoa?". Sim, logo eu, ainda tenho sentimentos, acreditam?
Foto de Nitin Arya: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-da-pagina-do-livro-1029141/
Sou emocionada pra caralho, e tenho pavor de relacionamentos. Mas é isso, eu quero tentar com alguém. Uma amizade colorida de leve, e ao mesmo tempo intensa. MONOGÂMICA, porque definitivamente se gosto de alguém o suficiente pra querer ficar mais de uma vez, as garras da possessividade vão atacar. Eu sei, achei que tinha superado isso, mas aparentemente não. Quem sabe? Eu encontre alguém que esteja disposto a tentar no longo prazo, independente das barreiras.
Me permito me abrir para o amor. Para vivências novas. Para novas oportunidades. Com medo? Sim. Apavorada. Mas ao mesmo tempo... esperançosa, de que as coisas deem certo, porque é isso. Eu sou a própria Sue Hecker quando se trata de certas coisas. Fiél demais, amiga demais, desconfiada, mas totalmente louca.
Talvez eu continue dando aulas. Talvez eu vá para o doutorado. Lanço meus livros e artigos, trabalho com pesquisas, na docência, enquanto aprendo a andar de patins e a dançar a famosa "dança do ventre".
Quem sabe? O que importa, é que ainda tô aqui. Escrevendo no meu blog de infância, e ganhando dinheiro com isso. Okay, tudo bem, pouco, mas ainda assim... a Thainazinha de 14 anos estaria surtando. Sim, nós ganhamos dinheiro com as "besteiras de blog". Sim, somos convidados para vários eventos nerds. Ganhamos tantos livros de editoras, que não damos conta de resenhar tudo. E tem gente que reconhece a RJG só de ouvir o nome, acredita? Melhor ainda, voltei a mexer num código HTML e a postar publicamente mais a respeito de coisas que gosto. Sou comunicativa. Vivo de redes sociais. Eu quero me expor, e me preparar pra julgamentos.
Foto de Pixabay: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fundo-preto-com-tela-de-sobreposicao-de-texto-270404/Crescemos, evoluímos, muita coisa mudou, mas nessa nova versão que está se reconstruindo, eu permaneço com a essência, mas com novas skins. Pintei o cabelo. SIM!!!!!!!!! E vou continuar pintando até sair a cor que eu quero. 2 bjs.
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